quinta-feira, 18 de março de 2010

impressões #14

- há hábitos que esta malta tem, aos quais não me consigo habituar, e dificilmente vou perceber!
1. o cuspo. bom...é natural que de vez em quando tenhamos a necessidade de mandar fora alguma coisa que anda aqui a mais. o cuspo é umas dessas necessidades. e eu percebo a necessidade. não percebo é a necessidade que ele têm de o fazer constantemente, e onde quer que estejam. por vezes, vou no passeio, e ouço, atrás de mim "crrroorroro cororrooor". entretanto passa por mim uma pessoa, e vai de "pfff". cuspidela para o chão. para o passeio. para a frente de alguém que vem em sentido contrário, se for preciso. para a estrada. para onde quer que seja! há necessidades que não se podem adiar. nem ocultar, ao que parece! ainda há dias vinha para o escritório, e passei por um homem que estava encostado a um prédio (também é comum, isto. é o "contraforte" à argelina!), e de repente, sai-lhe um esguicho da boca. tipo fonte! sem barulho. mas uma porcalhice na mesma!!! não percebo. é que podiam escolher uma altura em que não passasse ninguém na rua, um canto mais escuro, uma zona mais refundida. mas não. "il y a pas de problème". (é engraçado que apesar de serem mais homens a fazê-lo, também já vi mulheres a fazer este espectáculo! uma, bem velhota, com o bico de pato à frente da boca, levantou o lencinho, e bota cuspidela para o chão).
2. o assoar "à futebolista". sabem do que falo? é aquele assoar em que, com um dedo, pressionamos uma narina, pela outra deitamos o ar fora, com força, e enfim...se houver ali alguma coisa a entupir a narina, sai! pronto, o assoar "à futebolista" é outra preciosidade dos homens daqui. e, mais uma vez, sem qualquer complexo. vão no passeio, dá vontade, bota assoadela!
3. mandar lixo para o chão como se o chão fosse um caixote do lixo gigante. a verdade é que aqui também não há muitos caixotes do lixo, como nós estamos habituados a ter. mas mesmo asim...santa paciência...
- há dias ficámos no escritório a trabalhar até mais tarde. às tantas ouvi o que me parecia ser malta a cantar. malta jovem, como se tivessem ganho um jogo de futebol, qualquer coisa assim. aquilo durou uns bons dois ou três minutos, e como bom curioso que sou, fui espreitar para ver o que era. abri a porta da varanda, e o barulho parou. espreitei pela varanda, e estava um carro da polícia parado no meio da estrada, de portas aberta, e três polícias (vestidos de azul escuro. são os "mais maus"!), a ir em direcção aos gajos que estavam aos berros. um pega num deles, leva-o para uma parede, vira-o de cara para a parede e começa a revistá-lo. outro leva outro e encosta-o a um carro. o outro ficou com outro ali no meio da estrada, e começou a revistá-lo também. duas notas: 1. a mim não me hão-de apanhar aos berros na rua! ó abre...! 2. a polícia trabalha mesmo. não anda por aí só a gastar gasolina barata.
(acho que finalmente vou ficar com tempo para histórias do deserto, e de há mais tempo ainda. inxalá...!)

2 comentários:

  1. Os hábitos não são realmente os mesmos entre as pessoas dos vários países do globo.
    Por exemplo: o arroto.
    Em Portugal é feio.AS crianças são ensinadas desde pequenas que tal não se faz, que não é norma de boa educação, e blá...blá....blá. Ora o que acontece num país do Oriente?
    Justamente o contrário.
    Mesmo entre os ditos países mais civilizados os hábitos e costumes não são os mesmos. Comparativamente , acho até que o nosso país fica muito aquém de possuir determinados hábitos que lá fora são banais há muito tempo.
    Na Argélia ( e não só) há poucos caixotes de lixo. Não há separação de resíduos.
    Pronto! poderei aceitar tal facto (embora com algumas reservas) e até talvez possa dar alguma desculpa para o caso.
    Mas onde moro- que dizem ser uma cidade- acho eu... que há poucos caixotes de lixo e que deviam distar menos entre eles.
    Isso, baseando-me no facto que os mesmos, a meio da tarde, já estão a abarrotar. E que dizer dos contentores para separação de lixos? Esses , mesmo depois de cheios nunca mais são despejados.
    Concretamente: uma óptima medida foi adoptada pelos alemães:Há pagamento de tara para garrafas de vidro ou plástico. SE quisermos reaver esse dinheiro, basta que peguemos nas embalagens vazias e as levemos a qualquer supermercado.Há lá uma maquineta que faz a leitura do código de barras, amachuca o objecto e dá-nos um vale de X por cada embalagem que lá depositamos. Os vales podem ser descontados no supermercado ao efectuarmos o pagamento das compras. Por isso: a reciclagem resulta mesmo!
    Mas voltando ao assunto das cospidelas não encontro mesmo razão para que, mesmo no 3º mundo, o acto seja feito quase na cara das outras pessoas.
    A polícia e os barulhos exagerados: Eles lá sabem as leis e elas são para se cumprir. E o mais engraçado é que, nesses países, se vê polícia aos montes!
    Peço desculpa pela extensão do comentário. Mas ás vezes, perco-me na escrita e saem palestras deste género.
    E amanhã é dia de rezas!
    lol lol
    mãe I9

    ResponderEliminar
  2. Eheh! Ficaste mesmo revoltado com as cuspidelas! Não é para menos, realmente eles abusam... Gostei da "crónica contra a cuspidela" já tinhas comentado isso tantas vezes que até me estava a admirar de ainda não teres escrito nada sobre o assunto. Tardou, mas ficou bem retratado!

    Ai caixotes do lixo...tanta falta que aqui fazem também!Reciclagem então é uma utopia!Nunca se ouviu falar! E educação..."Deitar o lixo no LIXO, não deitar lixo no chão!", "Apanhe o cocozinho do seu caozinho, principalmente se for à porta das outras pessoas!" (noutro dia uma fulana a passear o cão, que escolheu como sítio para as suas necessidades a porta do meu prédio e ela toda feliz da vida, cagou e andou!) Andar no passeio pode ser uma grande gincana, entre lixo, cocós, e buracos!

    ResponderEliminar